Fumaça e lixo
Busco uma sensação que não tem par no mundo.
Não passa de ideia ou memória deturpada.
Me sento à mesa, aperto teclas
e lembro que, há rigor, nada importa de verdade,
e que tudo que a gente constrói, ou vira lixo ou vai pro caixão (que, despido de sentimentalismo, também é lixo).
Ó verdade oculta e constantemente esquecida! Faz em mim tua morada e procissão!
Não me permita esquecer da sabedoria incomoda.
A verdade é que a fumaça da vida nos esvai pelos dedos
e os nossos oitenta e poucos anos são todos inúteis.
Olhei pro celular, e me distraí. Esqueci da solenidade da escrita.
Uma ideia é mais rápida que uma dor.
E todas as ideias que tenho estão mediocremente erradas.
Sábios do mundo, me deem a instrução!
Me ensinem a parar de perseguir à fumaça