PACIÊNCIA

 

 

Uma brisa, e eu viro a página,

Bato com força as minhas asas,

Ganho outros céus, bem longe de casa,

Sobre as ondas que se movem em um mar sem brios,

E não levo nada.

 

Um olhar de viés, atravessado,

E minha alma deixa tudo de lado,

A procura de paz, do que foi roubado,

E nem sequer digo nada.

 

Uma pedra lançada contra a minha porta,

E eu nunca mais a abro,

Deixando no alpendre o que for amargo

Até que vá embora,

Até que eu não me lembre de nada.

 

Um trovão além do permitido,

Uma voz que se eleve em um grito,

E eu tampo meus ouvidos,

Desço as escadas até os porões da minha alma,

E não escuto mais nada.

 

 

 

 

Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 22/06/2024
Reeditado em 19/07/2024
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