Dias estranhos
Por mais que meus olhos se fechem
Em noites onde a solidão de dias estranhos
Cante uma serenata amargurada em notas vazias,
Estarei feliz, suplantando em meu íntimo
A chama viva que me faz prosseguir
Diante dos intermináveis desafios
Desta vida oscilosa e passageira.
Diante destes velhos cacos expostos ao vento,
Que reconstrói o homem em sua plenitude,
A realização tão apaziguadora dos sonhos idealizados
Se mistura, dando a singular forma e dimensão
Deste ser forjado em sua essência
Por princípios atenuantes,
Que simbolizam no reflexo de seus olhos
Este mesmo homem...
Menino guerreiro, refém de seus mais maternais desejos,
Convicto que em suas mãos, reconstruídas das cinzas,
Acalanta nelas o sublime sopro divino da vida...
Este, impulsionado, se refaz
Em doces caminhos de esperança,
Mesmo diante de sua feição dilacerada
Por invariáveis momentos, pelo tempo talvez...
Mas em seu alforje carrega,
Cheio de otimismo,
A chama da imponente vida,
Que transborda de sua inocência velada,
Um cataclisma que renasce de seu peito,
Rumo a margens perfumadas
Com o sutil sabor do recomeçar...