DO ACHISMO AO ABSURDO
Tente ser justo e correto
Não tema o desfiladeiro
Seja bom e paciente
Temente a Deus por inteiro
Rogando sempre que orar
Para Jesus te livrar
Do mal do passarinheiro.
Acusado injustamente
Este homem acabou preso
Por um crime que não fez
E totalmente indefeso
Neste momento de horror
Jesus foi seu defensor
Pra poder sair ileso.
Marquinhos de Santa Cruz
Meu velho amigo de outrora
Se achava na capital
Na aquela maldita hora
Com seu filhinho internado
Onde seria acusado
De um mal que o mundo ignora.
Pela mãe de outra criança
Que ao pedir-lhe a gentileza
De olhar seu filho um instante
O fez com delicadeza
Sem jamais imaginar
Que esta mãe ao retornar
Lhe acusara com firmeza.
Foi muito rapidamente
A direção do hospital
Com a falsa informação
E comete o ato brutal
De cunho levianamente
Acusando um inoscente
De um abuso sexual.
Muito rápido toda equipe
De plantão na quele dia
Informa as autoridades
A polícia que viria
De maneira equivocada
E também mal informada
Praticar tal covardia.
Com base no exame feito
Por alguém dessa entidade
Que concluiu ser esperma
A pequena quantidade
De um líquido nesta criança
Deu suporte e segurança
Para tal atrocidade.
Foi tomado de surpresa
Na quele momento insano
Quando chegou a polícia
E num ato desumano
Sem uma averiguação
Lhe deram voz de prisão
Dando sequência no engano.
Não sei quem periciou
De forma tão apressada
O exame capcioso
De relevância elevada
Que o conteúdo custeia
A colocar na cadeia
Um homem sem fazer nada.
Foi um conjunto de erros
De forma muito grosseira
Nesta acusação primária
Inconstante e sorrateira
Pode até ser displicência
Mas eu julgo incompetência
Que aliás é corriqueira.
Acusar injustamente
Por achismo ou incerteza
É um crime desumano
Fator de muita tristeza
Em um julgamento injusto
Sem ter um viés robusto
Corroborando a certeza.
Eu pergunto quantos Marcos
Conseguiram ser tão forte
E quantos mesmo remando
Não tiveram tanta sorte
Quantos foram e ainda vão
Ser jogados na prisão
Correndo risco de morte.
Foi de fato os cinco dias
Piores de sua vida
Desde a ida pra cadeia
Ao momento da saída
Ainda cortar o cabelo
O seu maior pesadelo
Ante a falta de guarida.
Foi tentado a confessar
O que não havia feito
Resistiu, sou inoscente
Isso eu morro e não aceito
Tenho plena consciência
Vou provar minha inocência
E farei de qualquer jeito.
Quantos assim conseguiram
Um voto de confiança
E tiveram na justiça
Uma gota de esperança
Pra sua dignidade
Voltar pra sociedade
Sem resquícios de cobrança.
Marquinhos sentiu na pele
Os estragos desta afronta
Quem errou que se prepare
Que a reação está pronta
A justiça vai agir
E a gente vai descobrir
Quem vai pagar essa conta.
Hoje essa nódoa na vida
Mancharar seus ideais
Cercear a liberdade
Fere os conceitos legais
E ter a honra maculada
Numa história mal contada
Também é danos moraes.
Mas não faltou confiança
Apoio e compreensão
Quem conhecia o rapaz
Expôs sua opinião
Mesmo tudo em desalinhos
Na certeza que Marquinhos
Não praticára isso não.
Como fica um cidadão
Sendo exposto assim de graça
As notícias nos jornais
A sua imagem na praça
Com a alta estima na lama
Atribuída a mal fama
Provinda de uma desgraça.
Foi necessário o ITEP
A pedido da defesa
Realizar um exame
Pra desmentir a proeza
Que de maneira obtusa
Posicionou-se confusa
Sem o mínimo de firmeza.
Deixo aqui o meu recado
Pra toda rapaziada
Notícia em primeira mão
Tem que ser investigada
Com justiça e paciência
Com cuidado e coerência
De maneira exacerbada.
OBS. ESTE FATO OCORREU SEXTA FEIRA 10/11/2023, NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO HONOFRE LOPES, EM NATAL/RN.