Acaso II

Para tudo e todos a morte virá

Não é maldição, se quer agonia

Desfecho para um início que chegará

Nada se cria, nada se destrói

Tudo se transforma, como poesia

Dos morangos, dos doces aos amargos

Das regalias aos encargos

Dos lírios dos campos vívidos

As murchas flores colhidas que se detinham

Sinta os ganhos, viva os sentimentos crescidos

Os momentos perdidos e as dores que o vizinham

Então, de fato, da vida terá vivido

De seu beijo amado e de seu tapa ferido

Pois ao fim nos resta apenas o fim do ser

Momentos preciosos na vastidão fria a adormecer

Perdidos num infinitesimal momento do cosmos

Como lágrimas na chuva

Polaris
Enviado por Polaris em 25/10/2023
Código do texto: T7916966
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