Acaso II
Para tudo e todos a morte virá
Não é maldição, se quer agonia
Desfecho para um início que chegará
Nada se cria, nada se destrói
Tudo se transforma, como poesia
Dos morangos, dos doces aos amargos
Das regalias aos encargos
Dos lírios dos campos vívidos
As murchas flores colhidas que se detinham
Sinta os ganhos, viva os sentimentos crescidos
Os momentos perdidos e as dores que o vizinham
Então, de fato, da vida terá vivido
De seu beijo amado e de seu tapa ferido
Pois ao fim nos resta apenas o fim do ser
Momentos preciosos na vastidão fria a adormecer
Perdidos num infinitesimal momento do cosmos
Como lágrimas na chuva