Porta Aberta
Saiu da cama devagarinho, caminhou até a varanda,
Olhou a casa do vizinho,
O portão estava aberto,
Se tremeu todinha.
Respirou fundo,
Recuperou o equilíbrio,
Pensou em acender a luz de sua sacada,
Mas desistiu quando percebeu que seria notada ali por algum curioso.
Se moveu lentamente para a escaca,
Ainda indecisa sobre a decisão que tomara.
Chegou à área externa de baixo,
Passou pelo seu portão, abrindo-o e fechando-o, atrás de si, delicadamente
(Tinha deixado, mais cedo, o portão destrancado).
Atravessou a rua,
Entrou portão a dentro da casa do vizinho,
Trancando-o atrás de si,
Sumiu na penumbra dessa noite escura.
Marta Almeida: 15/08/2023