A dona falta
Eu a sinto no corpo, na voz que cala
A vejo em mim, ela esta em minh'alma
eu sempre a vi, na maturidade alheia
Nos monólogos, e a até nos sonhos
Ela, sempre ela, é minha colega de quarto
Comigo caminha nas ruas, Ouve músicas
Esta nos textos que escrevi, ela está por aí, sensível igual um machado
Cálida como gelo seco.
É oca, é o vazio, ela é tudo menos gentil
Dela já me escondi, agora finjo que não a vi
ela sempre me vigia pelos reflexos
Me segue por todo canto
Se preenche com excessos de vazio
fica num quarto dentro do peito
onde ela toma seu chá preto
Do lado esquerdo com vista para o pulmão lugar onde ela reside ou melhor habita,
seja primavera, inverno, outono ou verão. Ela é sempre gelada, pesada e vazia,
com seu silêncio lhe fazendo companhia os que a conhecem, jamais a esquecem
Educadamente eu chamo ela de dona falta.