LINHAS TORTAS
Os pedaços dos cacos estão
Espalhados nos sentimentos,
Entranhados pelas veias
Machucadas pelas palavras,
Prisioneiros de suas próprias cadeias
Livre das tuas teias,
Amores que foram diluindo
Como pó em grãos de areias!
Arranca do peito uma dor
Atormentada e morta,
Como se o mundo fosse
Um paraíso em forma de bola,
Uma queixa que perturba
Toda hora. Evasiva e inexpressiva!
O cálice do licor da vida
O medo é que se apavora!
Não é uma dança,
Um balé ou nostalgia.
É a carne que luta contra o desejo
E o desejo fortalece todos os dias,
Exprime um canto no seu interior
Baixinho que chora,
Como uma luz que se apaga
Fora de hora!
Tropeçam os pés nos seus livres
Árbitros,
Cambaleiam nas decisões erradas
E querem ganhar no grito,
Amacia o ego com tanta arrogância
Ferindo os que amam,
Escrevem nas linhas certas
Mas caminham em linhas tortas!