Desassossego da Vida
Bateu-me um desespero sem querer,
Desses que não deixam a gente dormir,
Que tiram o sono, que roubam a alma,
Ladrão de calma.
Fiquei infeliz.
Peguei um caneco, fervi uma água, fiz um chá,
Cidreira com Amora,
Docinho, uma delícia, fumacinha quente, calmante.
Depois de uns goles, parei para pensar meu desassossego.
Não entendia, tanta bobagem incomodava.
Fiquei um tempo intrigada com aquela bobajada toda,
Depois, sorri:
Essa vida anda nos pregando peças de desassossego.
Tudo é pra ontem, tudo é urgente,
E tudo muito líquido, fluido, volúvel e insano.
Então, descobri a origem do meu tormento:
Meu filtro de bobagens tinha quebrado,
Parei rearrumei-o, reajustei, pronto, funcionou.
Segui a vida sorrindo.
Marta Almeida: 02/02/2023