Desconhecida

Ela se olhou no espelho,

Desacelerou, pausou a vida, se olhou,

A maldita doença a forçou.

Rosto estranho aquele.

Quantas manchas desconhecidas,

Rugas, pés de galinha, quantas linhas.

Aquele não era o rosto de que se lembrava.

Envelheceram e nem perceberá.

Naquele momento, essa verdade

Foi como um soco em seu estômago.

Perderá sua jornada da maturidade,

Estivera ausente em sua própria vida.

Não se conhecia mais,

Desconhecia aquela estranha do espelho.

Marta Almeida: 19/01/2023