A Musicista.
Num fundo de constante vermelho,
Se destoa um vestido azul,
Trazendo-me a sensação de equilíbrio,
Entre o que se é e o que se tem.
Acredito que não era foco de Djanira
Denunciar qual era o som.
Mas se eu fosse escolher,
Digo que gosto de pensar
na melodia calma e doce, pois assim destoará
Da sensação que o vermelho trouxe.
É como se em meio a confusão e o caos,
A menina de azul fosse um pedaço de paz.
Dessas que hoje, são difíceis de encontrar,
Aquelas que vem de dentro do ser
E faz o fora se acalmar.
Mesmo com seu rosto vazio, vejo nela a expressão tranquila,
De quem toca com coração para esmiuçar toda a ira.
Quisera eu numa tarde dessas, encontrar a paz
Dessa violinista sincera, dedicada e eficaz.
Que em sua postura delicada
Marcada em sua forma de tocar,
mesmo eu em meio ao silencio
é como se música pudesse escutar.