EU ME IMPORTO
EU ME IMPORTO
Eu me importo
Com a desigualdade
Importo-me
Com a falta de humildade
Eu me importo
Com vidas manipuladas
Importo-me ver humanos
Fazer seus lares as frias calçadas
Eu me importo
Em saber que nossas florestas
Gemem sucumbidas
Pelo machado
Importo-me sim
De ver o nosso solo ,
De sangue manchado
Eu me importo
De assistir tamanhas atrocidades
E saber de relatos tristes
Espalhados pelas cidades
Importo-me com o mal caratismo,
Com o sinismo, com os descaso
Que a propósito não são por acaso
Eu me importo
De ter que conviver
Entre a cruz e a espada
Sentir essa dor na alma
A espera de ser curada
Importo-me
Com as necessidades alheias
Com a miséria, com a fome
Com os Josés, Antônios e Marias
Que mal sabem escrever seus nomes.
Eu me importo
SONIA BRUM