A paz da alma
Quando caminhei, me disseram que era impossível,
Mas não ouvi de onde eu estava, no mundo da lua.
Então, fui, caminhei.
Quando nadei, me disseram improvável.
Mas também não ouvi de onde eu brincava.
Fui, então, nadei de braçadas.
Quando fui escrever, ninguém disse nada.
Não me imaginavam escrevendo.
Não se ocuparam em dizer algo.
Não me importei:
Escrevia de dentro de mim,
Do escuro sossegado e calmo que há aqui dentro.
Embora escuro aqui dentro, paz, sossego e felicidade.
Nunca deixei de ter alegria nesse escuro,
Porque a vida não é sobre claro ou escuro,
Festa ou solidão,
Mas sobre a alma sossegada ou atormentada.
A minha sempre teve sossego, sozinha ou acompanhada.
O sossego de uma alma é a paz do seu Criador.
Então, escrevi.
A princípio, para dar carinho as almas de outros,
(Assim pensava eu).
O que eu não sabia é que plantando essas sementes,
Em mim, se abria o sol e a alma florescia,
Tornando-se um jardim aquecido e iluminado.
Fui aquecida tentando aquecer os outros.
Marta Almeida: 26/09/2022