“Doidinha de pedra”
A menina da Ladeira lá da Poleira era assim mesmo
Meio tonta, meio sonsa, meio ela mesma.
Caminhava como quem em mundos paralelos,
Cabeça sempre nas nuvens, ideias sempre voando
Isso a distraia das dores.
Havia quem dizia que era fuga da sua triste realidade
Mas ela era assim mesmo.
Parecia com aquele menino do Seu Manoel,
Aquele que carregava água na peneira.
Alguns diziam dela “doidinha de pedra”.
Quase ninguém entendia:
Na cabeça dela cabiam mundos de desmundos.
Marta Almeida: 26/09/2022