[ESCREVO para "respirar"...] (Dueto)
Engana-se quem acredita qu’eu escreva para os outros
Escrevo para mim mesma
E sou autêntica no que falo ou escrevo
E ainda que eu dirija o verbo na terceira pessoa
... eis qu’em verdade está [sempre] na primeira (em minha mente)
[Escrevo, para encarar meus fantasmas
e os “desafios” da Vida...
Para SER, EU...
Se alguém comigo se identifica, eu agradeço
Mas ninguém é obrigado a concordar comigo em tudo
No que dou total liberdade até de dar o fora de minha vida
...quando então quiserem (liberdade para as borboletas, sempre)
[Prezo a liberdade de ser,
Mesmo que ainda
Relativa...
Não prescrevo “verdades” qu’eu creio
Muito menos preceituo princípios e dogmas alheios
Só porque ouvi d’alguém não me obriga a “passar p’ra frente”
[Filtrar, racionalizar, para então, socializar...
Tenho plena consciência de minhas responsabilidades
com cada palavra que escrevo ou falo
Querendo ou não, somos responsáveis,
e, podemos influenciar para o bem
ou para o mal...
A “palavra”
se mal interpretada
pode ser uma destrutiva bomba “H”
Já diz o provérbio: Cada cabeça, uma sentença...
Em cada coração, um campo fértil
Ávido para ser semeado...
Há Almas que colhem os botões de afeto...
Aguardando o desabrochar
Do amor...
[Cada cabeça, uma sentença...
Cada um interpreta
De seu jeito...
[Enfim, todo cuidado é pouco...
Não se sabe o tamanho da expectativa
Ou da carência daquele que a “palavra” lê...
[A interpretação é livre...
Não sou de aceitar tudo que leio, porque está escrito...
Porque aquele que escreveu é tão humano quanto eu...
E, por mais “conhecimento” que tenha
Não “sabe” da Vida
Um terço...
Aquele que se escuda em títulos...
Que ostenta sua academicidade
Se autoconhece?
Há uma grande distância
Entre teoria e prática...
Embora eu não negue
O valor da teoria,
Não desmereço
O empirismo...
Teoria e prática,
O que sou? O digo ou o que faço?
Será que me valida, saber e não praticar?
Qual o sentido prático da teoria,
Senão instrumentalizar
A prática?
[“Muito será pedido, daquele que muito recebeu”(Lc 12:39-48)
A maioria das “verdades” são frutos de testemunhos... por outros
E não por nossas descobertas, então validamos ou refutamos...
Descobrimos pouco porque pouco buscamos...
Somos meros imitadores?
E só repetimos o que outros disseram
Verdades [por outros] ditas... e são muitas
E quantas vezes... “malditas”?! Ou mal interpretadas...
As “verdades” dos outros podem não ser as minhas “verdades”...
Até porque, não acredito em verdades absolutas...
Minhas “verdades” são relativas...
Não sou paranoica, não no sentido psicológico do termo, mas sou pensante...
e, desconfio de toda e qualquer “verdade” das humanas manadas:
Ideológicas, religiosas, políticas...
[Tenho um pouco de Tomé,
Gosto de “ver” na prática
De teorias o mundo
Transborda...
E por que sou assim?
Eu poderia alegar, que é escolha...
Pois, não abro mão de minha faculdade de “julgar”
E a tudo analiso e tudo avalio, não condeno, apreendo ou não...
[Se, recebermos sementes de inverdades...
Faremos delas, ervas daninhas?
As mentiras passeiam alegremente
nas abstratas ruas mentais...
Se embrenham...
E nem sempre gritam para que sejam, pois, ouvidas
Algumas são sutis, e extremamente traiçoeiras
E chegam de mansinho, sem que ninguém perceba
E quando nem damos por conta
eis-nos por’elas “dominados”
E com prazer as divulgamos
[E a rede cresce...
A “bolha” infla...
Quem hoje discernir bem consegue sobreviver
neste mundo que ... s’explode
de infinitas informações?
E ninguém desconfia nem estranha o que facilmente se adentra
... em suas mentais entranhas
E como eu fico perplexa no que deste modo são!
Com tristeza e indignação, observo nas redes sociais
Jovens que alegam estar “brincando”
Divulgando desafios de hipotéticos
“massacres”...
Palavras
gerando pânico
e desassossegando pessoas...
E a responsabilidade?
Dizer que é brincadeira
E “pedir” desculpas,
Por palavras...
Será que têm consciência
Do que fazem?
Há jovens que se matam
Nos desafios...
Palavras matam...
[As palavras, são culpadas?
Palavras...
Ah, malditas
e mal ditas palavras...
[Serão mesmo as palavras malditas?
Mas, como eu disse, escrevo para mim
E no que a pena (hoje chamada de digitação) pincela minh’alma
Onde me delicio em me orientar pelas vozes de meus pensamentos
Em que eles conduzem minha vida
A encher-me de perguntas e dúvidas
as quais são o meu preferido prato
[Saboreio as reflexões...
E como eu amo as perguntas provocadoras...
Detestáveis são [para mim] as respostas maquiadas...
prontas e acabadas ... que muitos por elas se amparam
E confesso uma coisa:
Não aprecio nadica, as pseudoverdades
Repetidas sem a alma da experiência, da prática...
Prefiro mergulhar em apneia em minhas dúvidas
A estar-me “respirando” com os cilindros
das respostas plastificadas...
E se é loucura [minha] que seja então!
Detesto a “lucidez” dos normais
Não me agradam em nada!
Não tenho o ego inflado... [não sou narcisista}
ESCREVO para "respirar"
Meus pensamentos...
Juli Lima e Cássio Palhares
Shania Twain You're Still The One Live (Ouça)
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