O Corte
Num corte, vou podar a vaidade
Sentado no divã, vou vomitar em cartase
Cada crime confessado
Expresso em verdade
Destruindo paradigmas
Entre a cruz e a espada
Vou cortando no fio da navalha
Delineando novos caminhos
Numa luta traçada
A cada corte, uma negação
Abandono do pecado
Em cada entrega
Revelado em confissão
Cisma, sem retorno ao passado
Imagens abandonadas de um lixo biográfico
Um novo passo
Firme em procissão
Em cada cena, uma lembrança
Em cada corte, um engano
Em cada poda, em sangria
A verdade
Em modelo franciscano
Em cada vida, uma esperança
Em cada sonho, uma missão
Vou cortar, limitar, vou destruir
Recomeçar uma vida nova
E assim, fazer a remissão.