[E o que vem depois?] (Dueto)


É madrugada (ainda...)
Abro a janela,
Vem a Brisa
Beija-me
As faces...

Fecho meus olhos
E me deixo acariciar
A emoção me abraça...

O Corpo
Estremece
Se arrepia...

[Carência?
Você
Dorme...

Inspiro
Profundamente...
Enquanto me autoabraço

Abro’os olhos
E, fito ternamente
O horizonte, busco u’a Estrela...
E o que vem depois?
Ah, olho pra ela
Radiosa...

Meus olhos
Sempre marejam
Eles não me obedecem...

Murmuro seu nome
Como se acariciasse
Cada letra...

E, a estrela
Parece
Piscar...

Eu sorrio
O que não faz
Uma fértil imaginação...

Sinto
O calor
De seu abraço...

A imaginação
Voeja pelo horizonte
Com as asas da querência...

[E o que vem depois?

Pensamentos
Sentimentos
Reflexões...

Não é bem “um depois”
Porque o Tempo
“Pausa”...

Imersos
Nós, no tempo do tempo
Instantes surreais que não sei definir

As interrogações
Parecem voar
Nas mentes...

[E o que vem depois?
Divagações
Versos...

Depois do almoço (ou da janta)
... sempre é bom... ter a sobremesa

Por que permitir
o aprazível momento... ir embora?
Por que não, se prolongar
O prazer?

[Sorrio...
Seus lábios
Abraçam meus lábios...

Prazer
Rima
Co’Amor...

[Declarações...

Para quem de verdade ama,
não somente “amou”... n’um breve instante
O prazer parece ecoar em cada célula e continua...

O “momento” que permanece [sempre] na memória
A sensação que s’expande... pelo corpo
E nos abraços...
E, assim, não deixa fugir
O “instante” da vida
que provou...

Não, não é tão somente “espiritual”
É físico também
É natural...

A magia
Se perpetua
Em sonho continua...

[Se sonha em vigília...
(E como!)
Basta querer...
De certa forma (não é doidice)
Somos nós que conduzimos o movimento... do tempo
(se realmente amamos... a quem co’ele estamos, se juntam os tempos)

Temos dó
de quem tudo acaba
n’uma devida hora e vira pro lado...

D’aquela “força”
a qu’era, então, outrora...
... perdeu-se, pois, após no término da celebração
Nada restou?
Quão lamentável...!

Amor vão (na verdade, um amor a não ser digno de seu nome)
Das almas que também vão embora...
uma d’outra (sem se despedir)
Se viram
Se ignoram...
Como assim?

Oh! Par’aonde foram os desejos
(a qu’eram tão vivos e vibrantes)?
Por que se deixou agonizar aquele instante a que tão enérgico era?
Passaram como as escuras nuvens com os ventos?
Daquelas que prometiam uma forte chuva (todavia, não veio)
As convulsões daquel’hora cessaram
Ou melhor, morreram?
Ao que seus corpos nem sequer se deram ao tempo d’enterrá-los
Ficaram na estrada a ser devorados pelo inexorável corvo [do tempo]

Oh, amor
Tão bom qu’entre nós não se dá desta forma
Não deixamos nosso amor... ir embora
Embora na verdade seguimos...
na estrada...
juntos...

[E o que vem depois?]

Depois do almoço (ou da janta)
... sempre é bom... ter a sobremesa

Amor,
me abraça...
[E o que vem depois?

Olha!
A estrela
Piscou pra NÓS!

[E o que vem depois?]







Juli Lima e Cássio Palhares
















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[Estudar pra quê?] (Dueto)
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