Trevas e Luz
Do nada uma solidão, tristeza e escuridão,
Sol sumindo, energia lentamente se desligando,
Lentamente até se perceber e ser tarde demais
Nem risos mais, nem festas mais,
Natal pareceu amarelo,
Ano novo parecia tanto o velho...
Tudo cinza, céu nublado, noite fechada,
Energia caia, alegria se foi, tudo se indo,
Menos o sono, sono profundo,
Daqueles que fazem sentir vontade
De dormir pra sempre, ternamente logo,
Nada tem mais brilho.
Um dia, do nada,
Quando consciência entendeu
Já ser hora de pôr um basta,
Sentou-se na cama, com vontade
De dormir pra sempre ainda
Fez uma prece, pequena,
Rogou ao criador saúde, física, mental,
Rogou mais com a fé que com palavras,
Entendeu o buraco aonde estava chegando,
Pediu pra sair dele,
O Criador lhe atendeu...
Entendeu sentido da vida,
Fez aquele sentido inexplicável,
Que se sabe e entende que está vivo e ama viver,
Mesmo não sabendo dizer.
De súbito, a luz voltou, sol brilhou,
Alumiou sua casa interior, tirou mofo e bolor.
Ganhara vida como nunca tivera antes.
Pela primeira vez na vida, amava viver apesar de tudo.
Entendeu que sempre estivera naquele ali,
Naquele caminho de pouca luz,
Caminhando pra escuridão,
Não fora nada do nada,
Só conhecia aquilo, até agora,
Aquilo e o esforço para se arrastar daqui.
Estivera... não estava mais lá.
Agora, só luz.
Marta Almeida: 14/01/2022