A RODA NO MUNDO É ATÉ LOGO

A RODA NO MUNDO É ATÉ LOGO

 

A roda no mundo é tão engraçada,

Que muda o contexto sem a razão,

Porque a infância é na pedalada,

Que faz uma criança ter emoção.

 

Aí gira o mundo e o tempo caça,

Levando consigo o relógio e o pão,

Pois o catroca distorce o que passa,

E não disfarça seus passos no chão.

 

E foi escalando pelas trincheiras,

Enquanto as rodas não eram avião,

Que o homem se viu nas lixeiras,

Entre os corpos de cada explosão.

 

Mas foi pela guerra e não pra viver,

Que os carros e tanques surgiram,

Quando serviram somente ao poder,

Na busca do ouro e vida que tiram.

 

Apenas não sabem os pobres diabos,

Que rico não é quem tem ouro e marfim,

Mas sim os que gozam dos predicados,

De ser tão melhor como ser querubim.

 

Por isso quem flecha alguém de amor,

Decide que o ódio não pode imperar,

Porque só o bem serve ao criador,

Se o mal é alguém que quer recriar.

 

Mas cada estrada é roda no mundo,

Porque sempre vai ao encontro de si,

Se o eixo da Terra é o giro fecundo,

Levando a chuva a tudo o que vi.

 

Somente assim entendo-me homem,

Se for para dar um sentido à vida,

E não para guerra de hoje ou ontem,

Que serve a água a não ser bebida.

 

Só quero a roda que me dê prazer,

Ao dar salvação e resgate ao ferido,

Ou rodamoinho pra água trazer,

A doce garapa do fruto moído.

 

Eu lembro da roda que deixa vencer,

No solo da lua ou pelo autódromo,

Pois ela fez cada cidade crescer,

E cada distância ser só até logo.