Mudança
Por se deixarem apanhar por cima das cabeças
como se crescidos mais três palmos,
os passos, sem uso, já não cabem.
Nem os pensamentos:
vivo e não planejo mais que uma janela.
Ainda há pouco vi correndo à relva a camponesa e cheirou a rosa e sem saber compôs a poesia e ela não tem nome.
E toda gente me serve.
E a todo verde crio folhas de outros verdes;
uma muda mais diversa que faz percussão com o caule.
E todo vento me vale um peso imenso.
E todo peso eu torno bailarino até se não há vento.