O PODER DO UNIVERSO
O universo, é receptáculo
de poder infinito e energia sem limites.
Ele é o conjunto de toda a matéria
e energia existentes.
Nós não conseguimos compreender
e assimilar toda a dimensão do universo.
Não minimizemos o seu poder.
Tudo o que fazemos,
mais cedo ou mais tarde,
recebemos de volta,
na forma de recompensa ou castigo.
A lei do homem é frágil, contornável,
muitas vezes inconsistente
porque o ser humano não é perfeito.
A lei do Universo é implacável e reta.
Não há forma
de jogar ás escondidas com o Universo.
Não há forma de ludibriar o Cosmos.
No momento certo,
ele acerta as contas com o freguês.
Há clientes bons e clientes maus.
Aqueles que nos maltrataram,
que não duvidem que vão pagar a fatura.
Pelo meu lado,
eu não quero que paguem
pelo mal que me fizeram.
Já lhes perdoei há muito tempo,
mas a lei do retorno é soberana,
está acima da minha vontade
e o homem do fraque é implacável,
para que se compreenda a diferença
entre o bem e o mal.
Sofri muitas afrontas quieta e calada,
primeiro, porque era muito pequena,
depois, porque me sentia dependente
e amedrontada.
Desde muito cedo,
que eu sentia uma força
a crescer dentro de mim,
era uma energia boa; fé e esperança.
Quanto mais me ofendiam
mais essa força crescia.
Os meus agressores não sabiam
que quanto pior me tratavam,
mais eu melhorava como ser humano.
Agora Ironizando,
eu acho até que devia ficar feliz
por me terem tratado mal.
Parece um paradoxo,
mas foi o sofrimento que eu passei
que me aprimorou
e me permitiu subir para o patamar da paz,
aquele onde hoje estou alcandorada.
Será que devo agradecer
aos meus malfeitores?
Porque foram eles
que me ajudaram a subir os degraus
e me forneceram os materiais
com que construí o ser humano
que hoje sou!
Eu tive muito tempo para refletir
e conhecer-me.
Sem medo de errar,
hoje posso dizer
que sou um bom ser humano;
ajudo quem precisa de mim,
independentemente
de me terem feito bem ou mal,
porque evoluí.
Sou grata, caridosa, benevolente,
compreensiva, paciente, apaixonada,
com sentido de justiça apurado,
de modo que não deixo
que me façam o ninho atrás da orelha.
Esta evolução
não faz de mim uma má pessoa,
mas sim uma pessoa justa,
coerente e equilibrada.
Eu perdoei a quem me fez mal
e quis o destino, que eu os ajudasse
quando precisaram de mim
e fi-lo e continuarei a fazer
do fundo do meu coração cheio de amor.
Não pago o ódio com ódio,
se fizesse isso, era regredir,
era deitar por terra, todo o trabalho feito,
era andar por caminhos tortuosos
e eu gosto de andar por caminhos direitos,
por isso retribuo sempre com amor.
Agora eu sorrio para mim,
não pensem que eu sou santa.
Os que me trataram mal,
chamavam-me santa,
com ironia e sarcasmo,
porque eu era diferente deles.
Não sou santa, não sou perfeita,
ainda estou a crescer,
sou apenas uma pessoa boa,
que faço o bem sem olhar a quem.
Continuo a defender a justiça e a igualdade
e só digo amém, áquilo em que eu acredito.
Sou forte como betão armado,
onde a ruindade não entra
e dócil como manteiga,
que me derreto com um gesto de carinho.
Não é por nada,
mas eu acho que toda a gente devia ser assim!
© Maria Dulce Leitao Reis
Copyright 22/06/21