A VIDA COBRA

O pouco que tenha, agradeça.

Não desdenhe, porém,

Do que não pudera ter.

Tenha apenas o que mereça.

Por dever de consciência apense

À sua dignidade não se apropriar

Seja lá de que meio

For: mansamente ou no grito ,

Do bem alheio.

Depois irá pagar

O preço se for sua consciência proba

De se arrepender

Por ter se apropriado

Daquilo que não lhe pertence.

Quando a cobrança bate à porta,

Não importa

A insignificância do delito.

Isso a ninguém

Da culpa redime.

Tudo de errado

Que se faz , um dia, paga.

Até uma flor que no jardim

Alheio arranque, proceder assim,

É crime.

E inexoravelmente a vida cobra!