Demasiado
Sou demasiado grande para a pequenez onde habito
Quero demais para o pouco que me é me oferecido
Ofereço demasiado a todo o pobre e mal agradecido
Que me tem sugado sem saber o que tenho sofrido
Sou demasiado honesta para um mundo fingido
E sei que a tomada de consciência me tem entristecido
Embora a minha experiência já me ter enriquecido,
Sempre me encho de esperanças sem ser certo e sabido
Esperanças como um pássaro que acaba abatido
E que voam demasiado alto para o que me foi encutido
Mas sempre quis eu mergulhar no desconhecido
Com elegância em procurar o que não tenho sentido
Talvez pense demasiado sobre o que tenho absolvido
Ou talvez queira desenvolver o que não pode ser desenvolvido
Mas na inocência de dar mais sem ser correspondido
Acabo eu a regar o que nunca vai ser colhido
E a minha essência é fruto que precisa de ser expandido
É consequência do que criei com o que tenho vivido..
E se for demasiado ou não tiver qualquer sentido
É por condescendência que me rio e prossigo.