OCAS SUBURBANAS
Enfrenta fila para pegar o alimento,
a sobra que resta para aliviar o sofrimento.
Nos olhos o esquecimento de quem já
foi á flor do campo,
agora a dor no peito de quem dorme
ao relento.
Trabalhador de todos os dias,
sabe com é a luta.
Muitas vezes de barriga vazia
enfrentando a labuta.
Pode ser em praça pública
ou na beira de esquina.
A esperança passou longe,
Não quis saber da sua vida.
Não há cor da pele, língua ou
classe social.
É como que o planeta fosse
abalado por um eclipse mundial.
A terra enervecida se curva a
fortaleza,
imensa escuridão no céu distorce
toda beleza!
Os habitantes apavorados
aproximam-se da fé.
As mortes visitam as famílias,
longe da cura do pajé.
A natureza enfurecida com tantos
desmatamentos.
O índio ainda canta no meio
da mata adentro.
O grito que ainda que não foi
ouvido.
O medo sobrecarrega o perigo,
as mão ambiciosas dos corruptos,
E as mães ainda choram os seus lutos!
Deita-se sobre o descaso e covardia,
atrocidades que batem as portas.
Ocas suburbanas dos caciques sem
tribos.
Áreas desmarcadas e conflitos inimigos,
chão manchado de sangue dos incansáveis
guerreiros.
Gente da nossa gente escravizada e
desumanizada!