QUEM PENSA SOZINHO NÃO EXISTE

QUEM PENSA SOZINHO NÃO EXISTE

Na esteira da humanidade,
Tudo aqui nos isola ou retarda,
Mesmo estando num burgo à tarde,
Somos sós se ninguém nos aguarda.

Todo aquele que pensa sozinho,
E faz planos distante de todos,
Desconhece quem está no caminho,
Pois não vive a partilha dos louros.

De que vale ser Rei sem um súdito,
Ou até General sem a tropa,
Se o relógio só mostra o minuto,
Para alguém que puder lhe dar corda?

É assim que nosso tempo se mostra,
Como troça com que não entende,
Que teremos uma nova aposta,
Se soubermos o que é ser doente.

Num modelo de mundo que aflora,
Que precisa ser forte e presente,
Necessário é a jovem ou senhora,
Pois são frutos da mesma semente.

Mas o que me constrange agora,
É saber que o futuro não existe,
Para quem não respira ou resiste,
Se a dor não escolhe a hora.

Onde então precisamos rever,
Nossos planos e sonhos de antes,
Ante as trevas que turvam o poder,
Dos que vão nos guiar adiante.
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Poeta Braga Costa ©2020

Poema incluso na Coletânea de Poesia Contemporânea Desenvolvimento e Humanidades: Além do Isolamento Social, publicado pela Editora Alucinação, num trabalho do CRDH/UNEB.