SÚPLICA

Diz o vento a dialogar

Com a brisa:

Eu não crio

Ilusões. As ilusões

Se criam,

Como as águas

Do rio

Carrem para mar,

Obedecendo ao comando

De quem as impulsionam.

As ilusões se criam,

Quando há esperança

De um sonho realizar.

Responde a brisa a sorrir:

Sim, amigo vento,

Também sigo o comando

Do Criador e, ilusões eu crio

De um sonho de vida melhor,

Se Ele o permitir.

Mas nesse entremio,

Em vez de sorrir,

Eu choro,

E aos céus imploro

Que nos socorra

Frente ao dilúvio de agonia!...

Meu Deus! Meu Deus!

Nao permitai

Que mais gente morra

Nesta pandemia!

Senhor, amenizai

Tanto padecer,

Pois não cai

Um fio de cabelo ,

Uma folha da árvore,

Se não permitis!

O vento triste, lágrimas

Dos olhos a verter,

Face transida de dor,

Denotando acerbas amarguras

Que lhe invadem a alma

Expressa-se o coração

Partido de tormento :

Não sei, amiga brisa,

Infelizmente, não sei

Quando o mundo

Ficará livre das agruras

Deste padecer...!

Amigo, vento,

Também não sei!

Quem há de entender

Os desígnios de Deus?

Quem pode saber

Até quanto tempo,

Iremos conviver

Com uma tragédia

Dessa proporção,

A nivel mundial,

Infindo sofrimento

Impingido à humanidade ,

Que se mostra impotente

Para resolver situação

Tão catastrófica

Frente à adversidade

De uma pandemia

Que constrange o mundo?

Sinceramente, não sei!..