A REVOLUÇÃO DAS NOSSAS MENTES

Uma onda assassina varre a Terra.

Apanha a eito, quem encontra pelo caminho.

Os deuses zangaram-se com a nossa desobediência.

Estamos colhendo o que plantámos.

Plantámos ventos, colhemos tempestades.

Oxalá esta mortandade sirva para acordar

e revolucionar as nossas mentes.

Na verdade nós estávamos a pedi-las.

A nossa inconsciência era flagrante.

Viviamos numa correria desenfreada,

pisando tudo e todos,

sem apelo nem agravo.

Os atentados que fizemos contra a natureza

eram manufacturados com pura inconsciência,

desrespeitando o nosso próprio berço.

Não tinhamos respeito nem consideração

por nada nem por ninguém.

Viviamos num autêntico regabofe,

focados apenas no nosso umbigo.

Viviamos empanturrados de estupidez.

O ódio sobrepunha-se ao amor,

o egoísmo á hospitalidade,

a ambição e a ganância eram desmedidas.

Passávamos a ferro

quem se atravessasse no nosso caminho.

Faltava espírito de cooperação e solidariedade.

Se havia, era muito pouco

Era o salve-se quem puder.

Quando esta onda tiver passado

e limpo todo o mal das nossas mentes,

eu acho que muita coisa vai mudar.

Vamos descer do nosso pedestal,

olhar diretamente nos olhos uns dos outros

e finalmente seremos irmãos de verdade.

Vamos voltar aos primórdios da humanidade,

onde havia cooperação e espírito de ajuda,

entrega e dádiva.

Vamos trocar sal por feijão,

azeite por batatas,

arroz por vinho.

Eu acho que compreendem o que eu quero dizer.

Vamos dar mais valor ao Zé Povinho.

Vamos olhar a natureza extasiados,

porque ela estará deslumbrante,

rejuvenescida e saudável,

depois dum merecido período de descanso.

Pensemos que nada acontece por acaso.

Há sempre uma razão para as coisas acontecerem,

quando e como acontecem.

Que esta experiência aterrorizante

revolucione as nossas mentes

a fim de nos tornarmos melhores como pessoas

e sejamos de facto verdadeiros seres humanos,

coabitando em igualdade com os nossos semelhantes

e respeitando

os indivíduos das outras diferentes espécies,

parte integrante da Mãe Natureza.

Amém.

©Maria Dulce Leitao Reis

Copyright 02/04/2020

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 06/04/2021
Código do texto: T7225311
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