CLAMOR DO NEGRO
Quem é brasileiro
Também é negro.
Isso é maneiro,
É festa, é pandeiro
É capoeira no terreiro.
Mas foi muito triste esta trajetória.
Há muito sangue deixado na história.
Coisa que não se conta na escola.
Só se conta história da carochinha,
De uma princesa tão boazinha.
Mas a verdade é que foi muita dor.
No passado, chicote no lombo.
No presente, vítima de bala perdida.
Até quando?
Negro não é bicho
Negro não é lixo.
Negro também tem alma
Alma que precisa de amor,
Como a alma do branco.
As mãos negras se unem numa reza por tempos melhores.
Pelo valor e reconhecimento
De que todo brasileiro
Também é negro.
( Autor: Poeta Alexsandre Soares de Lima)