XLIX - Homem - Ethos de uma Alma Invertida

Eu, homem mortal,

Fruto do Bem e do Mal,

Flerto com os dois

Numa relação incestuosa

Numa trama gloriosa.

Eu, homem efêmero,

Contra Deus e o Diabo blasfemo,

Como uma criatura fadada

A todas as agruras, torturas

E à ceifa da plácida morte

Desejo, dando de mim o mais terno,

Que Elohim, O Inimigo e o Tudo

Vão para o Inferno!

Eu, homem animal,

Que de desejo carnal,

Domino tudo o que jaz

Sob meu corpo brutal;

Predador de tudo

-Marte e Vênus-

Quer faça bem, quer faça mal.

Eu, homem imortal,

Provei dos ciclos do

Vício e da virtude.

Torá, Talmude, Bíblia e Corão:

Mera poesia em forma de religião.

O que transcende o homem

É sua própria força, seu coração.