Passarinho na gaiola.

Era feérica.
Quando dormia, costumava visitar outros lugares, outras paragens. Paisagens deslumbrantes, lugares encantados.
Eram o seu refúgio provisório contra as sombras, as dores os pesares.
Viver era demasiado.
Cortou suas asas para caber em sonhos alheios.
Só não aceitou deformar a alma.
À ela reservava todas as energias duramente conquistadas.
Há que resistir, dizia para a imagem no espelho.
Só por hoje, repetia a imagem.
Tal qual pássaros na gaiola, fora presa de suas liberdades pela sociedade opressora.
Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 21/02/2021
Código do texto: T7189933
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