DA MELANCOLIA À FELICIDADE

Cai chuva, cai neve, cai sereno.

Daqui, da janela, vou vendo.

Os minutos se arrastam, vão passando.

Mas persisto, vou esperando.

O tique-taque continua ecoando na sala.

Os ponteiros, sem perder o ritmo, não silenciam.

A alma é a única que se cala,

em meio à noite fria e sombria.

Mas um forte cheiro logo invade a alma,

assim que passos adentram na casa quase vazia.

E o que era quietude e calma,

torna-se uma pura melancolia.

Quem poderia ser àquela hora?

Era o pai, que da rua voltava.

No rosto, uma lágrima desce, e chora.

Da rua, notícia boa não chegava.

Outro dia amanhecia, trazendo esperança.

O vizinho trazia na mão, numa lembrança,

o remédio de que a mãe tanto necessitava.

E a melancolia à felicidade dava entrada.

Membro da Academia Virtual de Poetas da Língua Portuguesa (AVPLP) - Acadêmica Titular do Brasil e de Portugal; Membro efetivo da U.A.V.I (União de Autores Virtuais Independentes) e Acadêmica da Academia Mundial de Cultura e Literatura (AMCL)