O MUNDO FORA DOS CARRETOS

Não me imponham caminhos,

formas de estar,

maneiras de ser,

não tentem controlar o meu pensamento

e o meu desempenho.

Eu não tenho que ser igual a ninguém,

da mesma maneira

que ninguém tem que ser igual a mim.

Eu só vou aonde eu quero ir.

Eu só faço o que eu quero fazer.

Eu penso e ajo pela minha cabeça

em conluio com o meu coração.

Eu sou o produto

das maldades que fizeram comigo.

Não fiquei azeda

nem tão-pouco tenho mau feitio

reverti a situação.

Adocei-me com as coisas boas

e o tempero

que uma bruxa má me ensinou a preparar!

Eu sou um pássaro livre

que se libertou do malabarismo

duma sociedade gananciosa e desumana

em cuja arena,

os terráqueos se digladiam

por causa da inveja, da ganância,

do egoísmo, da vaidade,

resultando num rio de dejectos

que vai conspurcando tudo por onde passa

e não se sabe onde vai parar.

É preciso quebrar o espelho do mundo

cheio das dedadas entranhadas

destas coisas ruins;

inveja, ganância, egoísmo, vaidade.

É preciso um milagre

para meter este mundo nos carretos!

©Maria Dulce Leitão Reis

Copyright 14/01/21

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 14/01/2021
Código do texto: T7159932
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