O TEMPO QUE DEVO ESCOLHER

O TEMPO QUE DEVO ESCOLHER

Toda vez que refaço os caminhos,
É como se estivesse revendo Lucy,
Pois sempre volto aos pergaminhos,
Para revelar algo que nos impulse.

E nessa jornada olhando o espaço,
Eu vejo a Terra sempre inserida,
No todo que vaga por onde me encaixo,
Pois minha essência quer ser entendida.

Serei sempre a busca da imortalidade,
Se vivo meus dias perante as guerras,
Ou serei semente que brota da idade,
No vento que mostra o caminho das pedras.

Mas tenho certeza de buscar a paz,
Num ato contínuo desde o primórdio,
Senão eu seria algo eterno que jaz,
Sozinho em caixão ou vivendo de ódio.

O querer ser eterno e não partilhar,
Demonstra o atraso que só nos limita,
Pois todo vale fértil quer multiplicar,
Levando adiante o que nos habilita.

Pois só haverá avanço na sociedade,
Se nos propusemos viver para amar,
Mesmo sem sabermos na totalidade,
O que guardamos no fundo do mar.

Se o mar é mistério ou realidade,
Só lhe traduzindo é que vou entender,
Se tudo que vivo é fruto da idade,
Ou tempo infinito que devo escolher.

Por isso minha vida no agora ou depois,
Vem desde um antes impresso na luz,
E que nos convida como os girassóis,
Voltados pro Sol que aqui nos conduz.