O MENINO

O menino sentado

Em um banquinho na rua,

Onde não havia postes

Para iluminar

Só o prateado brilho da lua.

Suas mãos calejadas

Do trabalho duro

Para no dia a dia

Ter o que comer,

Ter o que beber,

Para poder viver,

E sobreviver.

Por fora forte,

Valente e hábil,

De olhos rasos

Diante aos humanos.

Por dentro frágil,

Indefeso e confuso,

Numa mera imensidão,

Onde a maldade avança,

Suprimindo o amor,

Deixando rastros de solidão.

Ele chora agoniado,

Pensado no que irá fazer,

Aprendendo sobre a vida

E o seu jeito de ser,

Mesmo forçado,

A encarar a realidade,

Com apenas meia idade

Sabendo pouco a pouco

Uma parte de toda verdade.

Nessa hora vem na mente,

A vontade de se entregar

A tristeza vagarosa,

Os pensamentos no ar,

A vida por uma lembrança

Carregada no coração.

Trazendo consigo a vontade

E uma grande inspiração.