Seu eu acordasse
Estou no vazio com a multidão
Que comigo caminha na solidão.
Estou cego guiado por tantos outros
Que não sabem para onde vão.
Estou muda representada por tantos
Que nada falam ao coração.
Estou surda em meios a gritos
Esquecidos de seus irmãos.
Caminho errante e tropeço em muitos que
Caem e não voltam mais não.
Ando no escuro, embora sei que há uma
Luz forte que bate em toda direção.
A chuva cai e seca antes de tocar o chão.
O suor escorre do meu rosto, mas há gelo na minha mão.
Assim caminho no mundo eu com meus passos sem inspiração,
Assim caminha o indivíduo em ruas iluminadas e a alma apagada.
E se eu acordasse veria que no meu país não sou cidadão.