A dialética da cegueira.
A nação pertence a 238 bilionários, o resto um bando contemplando capim, imaginando que o solo infértil produzirá boa pastagem.
Quanto a mim defendendo a minha honra não poderei admirar os capatazes.
Do mesmo modo, não me comportarei como um serviçal medieval, recuso-me a ser um pária indiano, um zumbi pós contemporâneo, andarei no meio do gado, todavia, não aceitarei o corte.
Farei um grande esforço cognitivo para não mugir como boi, o que esperar desta terra, a não ser raios e trovões.
Uma terra de coletivos ideologizados de direita, que azar que tive de nascer exatamente aqui.
Ter que viver a tragédia humana, olhar e ver a cara desta gente berrando, esperando que a chuva produza a grande pastagem.
Não existe nenhuma esperança, não haverá transformação, aqui será sempre uma nação dos excluídos.
Um berro interminável pensando que o pastor é o chefe do gado, o destino é a miserabilidade.
Quando cai uma gota de orvalho, o gado se une colocando uma enorme lona sobre o solo desértico.
A esperança que o corpo tenha uma alma, que o sentido último da existência esteja no espírito, que deus não seja ilusão, oferecendo ao povo o paraíso.
Muito bom a mentira ser verdade na imaginação, o problema que o inteligente não consegue enganar a si mesmo.
Quanto ao bestoide a felicidade é possível.
Deste modo, o silêncio é a perspectiva do futuro, qual o caminho a seguir, fechar o ar da respiração.
O oxigênio distante dos pulmões, excluindo o elo evolutivo da replicação, daqui a mil anos serão sempre eles.
Imaginando que os libertadores são bandidos, então esqueça o caminho da predestinação.
O futuro sempre será um trilho cheio de pedras, o caminho os passos trôpegos dos vossos sonhos.
Edjar Dias de Vasconcelos.