O Velho Abandonado

O VELHO ABANDONADO

Quisera e me dera a sorte

de ter você.

Com amor o criei

e lhe ensinei a maneira

Do bom viver.

Em noites frias acolhi-o

nos meus braços acalentei-o

Não me descuidei um só momento

dos seus primeiros passos.

Hoje me lembro de sua escola,

pelas mãos eu o levava

e me orgulhava de suas lições.

Conduzia-o por caminhos perfeitos

de cidadão de bem,

para que no futuro você vencesse.

Não!

Eu não queria agradecimentos,

apenas desejaria me orgulhar

mais uma só vez.

Quisera e me dera a sorte

de você crescer...

Meus sonhos e meu orgulho

se tornaram pesadelo e vergonha.

Em paredes frias e chão úmido

minhas lágrimas se confundem

com o pó daqui.

No coração uma pontada de desespero

e, o dia inteiro eu penso em você.

Como será que você é agora?

Será que está ainda moço

ou está mais velho?

Será que ao menos pensa em mim?

Não...

você me esqueceu, me abandonou!

Mas eu o trago no peito

com o mesmo amor de antes

até mais ainda.

Agora estou velho e Abandonado,

num mundo pequeno

de chão projetado.

Se envergonhou de acariciar

este rosto enrugado pelo tempo

e me deixou.

Quisera e me dera a sorte;

apenas desejaria a morte,

do destino que me acolheu.

Rodrigues Paz.

(Autor)

Rodrigues Paz
Enviado por Rodrigues Paz em 03/09/2020
Reeditado em 03/09/2020
Código do texto: T7053908
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