LIQUIDEZ
 
Posso te comparar ao rio: contínuo, risonho, doce.
Posso te comparar ao mar: revolto, inquietante, colorido.
Posso te comparar ao oceano: misterioso, arrebatador, inesgotável.
Posso te comparar ao gelo: duro, frio, bruto.
Posso te comparar à chuva: temporal, desastrosa, que dá vida.
Posso até te comparar à nuvem: vulnerável, carinhosa, efêmera.
E eu? Eu vivo como fogo: pura, resoluta, intensa.
E mesmo sendo avassaladora – a cabeça erguida como flama –,
extingui-me na tua água: o teu ir e vir de formas
e sabores diferentes, de sensações e faces contrárias.
Consumi-me em toda tua liquidez de ser,
sem antes pensar que uma gota do teu corpo
poderia apagar o maior dos meus incêndios.
Marina Solé Pagot – 18 anos
Enviado por Ilda Maria Costa Brasil em 15/08/2020
Código do texto: T7036278
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.