O SUMIÇO
As paredes reverberam por Heloísa,
Cabelos loiros, longos, tez bonita.
Paira apreensão de uma mãe aflita
E de um pai doente que se desajuíza.
Doze anos, caseira, aonde anda a Heloísa?
Toda casa, rua, bairro, cidade se agita,
Calma só nas gaveta dela entre as fitas
Que assentavam os cabelos nas brisas.
Cada minuto, hora , dia se anarquiza;
Cada receio, temor, saudade que grita:
Onde, onde,onde está você Heloísa ?
Às paredes do quarto cada vez mais cripta.
Uma perda assim jamais se exorciza,
Mas todos temos um pouco de Heloísa...