Só Para Loucos - Poema e Poesia
Um poema não nasce em qualquer lugar
Ele sempre advém do coração de alguém
De um coração desvairado, selvagem
De um coração soberbo, de um coração humilde, daquele mais contrito, do mais amargo, do rebelde, do safado, do tolo, do esperto
O poema surge verdadeiramente do coração que não se explica
Cultiva-se o poema em lugar apropriado
É lá na imensidão verde das matas
Lá no alegre florido dos campos
No perfume marcante da brisa matinal
Na silhueta magistral das montanhas
No prateado suave da lua
No sorriso ardente do sol
Na vastidão mística dos mares
No calor fustigante do deserto
No sabor incomparável das salinas
Nos braços da pessoa amada
Só os loucos se entregam aos poemas
Só os loucos respiram poesia
Os poemas são para os loucos que creem no inexplicável, que inventam o “ininventável”, que perambulam por estradas imaginárias
Os poemas são para os loucos que visualizam os limites do infinito
São para quem se alimenta de sonhos longínquos
São para quem ousa se entregar ao amor
O poema pode ser morto
Pode ser esquecido
Pode nunca ser lido
Pode ser criticado
Pode ser difamado
Pode ser jogado ou abandonado em um canto qualquer
A poesia não!
Não morrerá jamais!
Estará sempre presente enquanto houver um brilho no olhar
Sempre inundará os corações, levada no remanso das palavras e sons
Surgirá feito vulcão reagindo a um especial toque na pele
Virá pelo paladar inebriada pela bebida requintada
A poesia existirá enquanto existir os loucos e seus corações