DESTERRO

A calçada nos ardia

de um sol que flamejante varria

das correntes aos portões de ferro

a sorte nos bastava, da agonia...

Bajulavam, pobres mulatos

os negro do desterro, os descalços

esfomeados, os bravos ferreiros

os falsos, o mito... os novatos

os pardos guerreiros

- Cortem os batuque da ralé! Avisados.

Corriam da boca do fogo

carregados nos couros, seus fáticos zelos

riscados nos braços o traço de povo

calados à noite que jazia,

aos fingidos, um apelo!

Dos escuros aos filhos de Maria

E, dentre eles o cego

Quem por tolo nos desconheceria

O verso, a verba, o verbo

A calçada de pedras da burguesia

O futuro incerto, a busca da vida

O olhar das plantas sobre a abonança

De outro paço, de outas ruas

Descem do bonde, bainhas italianas.

da nova calçada!

Atiram pedras na freguesia.

DESTERRO

erhi Araujo

erhi Araújo
Enviado por erhi Araújo em 30/06/2020
Código do texto: T6992170
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