Não há mais confinamento?

Os olhos estáticos

que sobressaem

às mascaras torpes

dessa pandemia

são olhos que não

acreditam mais na morte

nessas ruas repletas e descuidadas

dos homens

que não temem mais

a morte e sem sorte

pestanejam os rumos do país.

Os olhos incrédulos que festejam

o leve insensato permitir da volta.

Homens tolos somos todos

homens dolos pomos poros.

A morte que vela por nós

cínicos atos de prevenção.

Vacuidade.

Nas filas sem distância

fímbrias perdidas substâncias venais

galgamos os degraus do templo

sacrifícios

permitimos o reinício

e depois marcharemos os mesmos

passos

de antes.

Os mesmos passos de antes.