Cacique viajante

Foi um cacique curioso

Pensando sobre o futuro

Resolveu a ele ir

Com um gole de licor mágico

Transformou-se num viajante do tempo

E o destino da mata foi conferir

Não exagerou no início

Apenas poucos anos avançou

Viu novos indiozinhos

A taba aumentou

Seguiu em frente

Vinte anos ele correu

Da mata viu do norte um breu

Fumaça feito a tempestade

Escurecendo um lindo céu

Continuou sua caminhada

Mas já se confundia

Pois não sabia o que se passava

A mata encolhia

Ou era ele que não percebia

O que na floresta acontecia?

Continuou a passagem

Agora com melancolia

Os índios já não cantavam cânticos de alegria

Os animais fugiram desse torrão

Pois o "civilizado" trouxe a poluição

Em suas máquinas a marca da destruição

O futuro restante não quis ver

Pensou que era hora de voltar

E aproveitar o restante que a vida lhe deu

Pois queria viver antes de seu povo morrer

Rodrigo Hontojita
Enviado por Rodrigo Hontojita em 31/05/2020
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