A LÓTUS E O LÔDO NO BRASIL

A LÓTUS E O LÔDO NO BRASIL

Todos sabemos o que é o lodo,
Sua fedentina lembra o cemitério,
E covas abertas em pleno desgosto,
Cheio de lacunas e tanto mistério.

Escorre a salmoura,
De um fétido alcaide,
Que já estava morto,
E não viveu de verdade.

Seria um juiz ou somente vaidade,
Pensando ser líder plantado no esgoto,
Mas a baioneta fere a sanidade,
Se a liberdade não quer gabiroto.

A paz nos requer liderança altiva,
Com atos e voz que nos dê esperança,
E não a calada da trama urdida,
Que traz um tirano e sua lambança.

Quem anda no lodo nem sempre é flor,
Se a lótus lá nasce e fica submersa,
Se resguarda na noite pra vir no calor,
Mostrando o fulgor para toda floresta.

Mas estou no Brasil, sem minha orquestra,
E o peito febril só almeja cuidados,
Se desde abril o covid faz festa,
Deixando só mortos e muitos coitados.

Empilhados e rotos, o resto não presta,
Só temo os dias que são complicados,
Se a peste de agora nos chega incerta,
Até mesmo a China agora é pecado.

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