Açoite
Esquinas povoam fantasmas de madrugada.
Luzes ocres mal iluminam as casas.
Esganiçam tiques horrendos.
Ainda há o senso de purificação
nas zonas mortas.
O tilintar do sino hindu,
mantra budista que aplaca sentidos.
Pelas ruas,
tal qual saguões desertos,
perpetuo minha sorte,
exorcizo meus cortes
e respiro fundo
o ar da Boêmia.
Teimosias absurdas são como borrascas marítimas:
açoitam e açoitam as pedras.
Limo.
O cérebro do homem é uma pedra.