esse outro lado

Bebo na fonte onde brota a nostalgia

Mãos em concha, sedento e cego

Desanimado, qual dia acinzentado

Em vez de luz, a nublosa claridade

E sorvo, um não sei que me sacia

Inebriante veneno, nos tragos da apatia

vem o tedio, depois o desassossego

angustia que me deixa aquinhoado

ampulheta de areias que ocorrem

em predições e imagens de passado

transvasam e não mudam o humor

Nesta epícrase de águas debruçado

E assim viciado, sorvo mais um trago

E novamente a morbida claridade

A entorpecer, meu irresoluto fado

Antonio Noronha 01/20

antonio noronha
Enviado por antonio noronha em 03/02/2020
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