Prosaico

Cada dia

uma nova idade

Toda hora

é outro momento

O óbvio canta:

Cidades recebem nas ruas

o sopro do vento...

O agora já não é mais como antes

Meu silêncio é gritante

como as músicas nos discos

feito os livros na estante

Meu olhar tem corisco

Meus erros já foram planos

Todo engano

já foi risca, já foi risco

Sou a síntese dos meus danos

Minha garganta tem poeira

a mesma mordida nos dentes

de toda uma vida inteira

Canta o aparente:

Cidades recebem nas ruas

os passos de outras gentes...

Eu muito me mudo,

sou alma poente,

mais rótulo que conteúdo

nessa vida sem beira

22/11/2019

09h15min

Murillo diMattos
Enviado por Murillo diMattos em 22/11/2019
Reeditado em 04/12/2019
Código do texto: T6801021
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