Dia da Consciência Negra

Tenho a raça negra no sangue

Que convive com a Branca na jugular

Não Sou nem uma, nem a outra

As tenho

As uso

Como escada

Pela mente

Regurgito o passado INDIGESTO

Negro

Com sombreado

Branco

Destacando o famigerado

Preconceito

De cor, de raça, de credo

Costume costurado

Sem emendas

Preconceito

Velado

Submerso no sorriso

Torto

No tapinha nas costas

Nas pequenas coceiras na ponta do nariz

Nas fotos de uma cor só

Nas universidades de uma cor só

Nas festas de uma cor só

Na cara da pobreza de uma cor só

No olhar desviado

Na resposta afiada

Enfiada goela abaixo pela desavisada

Alma

Que esqueceu que não é a pele

Que a reveste

A igreja que frequenta

E nem a Tribo que pertence

Sai ferida

Lembrada

Revive a chicotada no lombo

Está no esquecimento

A vida que foi

Na pele do outro

Na tribo do outro

Na raça do outro

Na religião que não é a sua

Escravidão

Escuridão

Tom preconceituoso

Com roupa de piada

Tem até

O dia da consciência negra

Como se não existisse todo dia

A inconsciência moral e ética de quem pratica

O preconceito

Daquele que não quer ver

O que ainda não teve conserto

Preconceito

Fragmentação e separatividade

Manutenção do estrago

Da idiossincrasia social

Do dejeto psíquico

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 20/11/2019
Código do texto: T6799849
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.