A dor da vida

A dor que deveras sinto

Faz-me pensar nos pássaros

Aprisionados em gaiolas

Gritos que ninguém ouve

Seres que morrem à toa

A vida dói na gente

Talvez nos dias mais curtos

E desassossegados de tudo

Onde os botões das nossas blusas

Não querem entrar nas casinhas

Problemas chegam aos montes

A vida dói na gente

E a gente vai seguindo

Feito rio que não se cansa

De levar pancadas do homem

Eu não sou o rio, por isso canso

E cansada sigo a dor da vida

Vivendo com um cajado

Na alma desconfiada