A LEI NAO É PARA TODOS
Se a lei
É para todos,
Caiu no laço
Da mentira
A retórica
Construída,
Desmentida
Pelo fracasso
Da narrativa!...
Não se vê
O pau que bate
Em Chico,
Também bater
Em Francisco.
Nem todo mundo
É Raimundo
Para levar as dores
Do mundo.
Mas ha um cidadão
Levando bordoadas
No lombo:
Como apanha
0 coitado,
Mesmo sabendo
Todo mundo,
Nao ser ele culpado!
Diz um certo Tonho
Ao incrédulo Antônio,
Ser a Lei para todos.
Cuja balança
Do Direito equilibra.
Contrapõe Antônio:
Não sei em que isso consiste,
Não sua senda mais triste?
Pois na dança
Da Justiça,
Pobre Tonho,
Não por pirraça,
Ou preguiça,
O pêndulo da Justiça
Para uns , estica:
A injustiça avança:
Rapidamente bate à porta;
Para outros, enguiça:
A balança entorta!